TIMBRE – Guitarra e Violão
Se existe um assunto muito discutido entre guitarristas e
violonistas, este com certeza é o timbre deste e daquele instrumento.
Não que pretenda com esta matéria colocar uma pedra sobre a
questão – há divergências entre até os especialistas que conhecem muito sobre o
processo de construção dos instrumentos, os luthiers. O que pretendo é
ressaltar alguns pontos que julgo ser consenso para que nas nossas próximas
compras, nós instrumentistas, sejamos no mínimo, mais conscientes.
Tenho dois instrumentos que realmente eu e alguns amigos músicos
gostamos muito do timbre: uma guitarra Gibson Les Paul Custom 73, recentemente
restaurada pelo Luthier Kleber Dias (e também guitarrista e cantor, atualmente
fazendo um belo trabalho com o gaitista Jefferson Gonçalves com vários clips no
youtube) e um violão Sávio com Pré-amplificador
ativo Fishman® Prefix Pro Blend, dica do Fabiano Bastos, da BEND
Representações, que sabe tudo sobre áudio.
Gibson Les Paul Custom e Sávio, respectivamente!
Gibson Les Paul Custom e Sávio, respectivamente!
Vocês já repararam na madeira que é utilizada na escala destes instrumentos? Já notaram que este é o primeiro ponto de contato? Ao contrário do que a maioria acredita, a madeira que mais influencia a sonoridade de um instrumento não é a madeira do corpo, como muitos pensam, e sim a da escala, pois por ser o primeiro ponto de contato entre a corda e o instrumento é por onde a vibração passa primeiro para depois interagir com o resto do instrumento.
A madeira utilizada nos instrumentos citados anteriormente é o
ébano. De origem africana, é uma madeira rara de difícil
aquisição. Muitos acreditam que o som encorpado, mais grave, das Gibson venha
da utilização desta madeira na escala. É evidente, no caso específico da
guitarra, que o tipo de captador também influencia o timbre – Single Coils ou
Humbucker, a propósito, e sem querer entrar em detalhes, foi a Gibson que criou
este último tipo de captador.
Mas seria a madeira utilizada na escala a única variável
determinante de um bom timbre de um instrumento?
Partindo
do princípio que os bons instrumentos (os que soam bem aos nossos ouvidos)
agradam mais porque quem os fabrica conhece bem o processo de fabricação, eu
faço mais uma pergunta: que madeiras são utilizadas no corpo de uma Gibson, de
um Sávio, de um CPPM? Ou um Taylor NS72CE. Um
excelente violão cujo único “pecado” é o preço: $ 3538.00
(guitars.musiciansfriend.com). Risos.
Taylor NS72ce
Taylor NS72ce
A resposta é mogno (utilizado nas Gibson e na faixa e fundo do
CPPM), jacarandá (utilizado na faixa e fundo do Sávio), pinho (utilizado no
tampo do Sávio), cedro (utilizado no tampo do CPPM).
A maioria importada, já que a legislação ambiental vigente protege estes tipos de madeiras. Algumas em perigo de extinção, como é o caso do jacarandá da Bahia. É por isso que geralmente encontramos, na especificação do produto, termos como:
Taylor NS72ce
Tampo: Red Cedar (Cedro Vermelho)
Faixa e fundo: Indian Rosewood (Jacarandá Indiano)
Braço: Mahogany (Mogno)
Faixa e fundo: Indian Rosewood (Jacarandá Indiano)
Braço: Mahogany (Mogno)
Escala: Ebony (Ébano)
Equalizador: Pré-amplificador Fishman® Prefix
Pro Blend
No caso do violão, o tampo, geralmente confeccionado em uma
madeira diferente da utilizada na faixa e fundo, é que influencia
mais o timbre.
Se não for possível
adquirir um violão todo maciço, procure comprar um que
possua ao menos o tampo. Via de regra, o fundo e a lateral,
construídos geralmente de madeira mais resistente (como jacarandá, mogno e
pau-ferro) têm por função direcionar o som para frente.
Estamos juntos!
Jornalista, Músico (3ª posição no Rank de Jazz da reverbnation.com/niltonvalle) e Funcionário Público Federal. Agraciado com o Prêmio Embaixador do Rio!http://twitter.com/niltonvalle e http://facebook.com/profile. php?id=1720013572
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